

O que é?
A medula óssea é responsável pela produção e libertação na corrente sanguínea de glóbulos vermelhos (designados também de eritrócitos ou hemácias). Estes têm como função transportar oxigénio para as células e tecidos. O transporte é feito por uma proteína, que faz parte da constituição dos eritrócitos, chamada hemoglobina.
Anemia é o termo médico referente à redução do número de eritrócitos, hemoglobina ou ambos, circulante no sangue. Não é uma doença específica, mas sim uma condição ou alteração resultante de uma patologia. O número de glóbulos vermelhos pode diminuir devido à diminuição da sua produção, pela sua destruição ou perda por hemorragia. A anemia pode ser classificada de diversas formas, sendo uma delas em:
- Anemia regenerativa: quando a medula óssea responde apropriadamente tentando aumentar o número de glóbulos vermelhos circulantes, aumentando a sua produção;
- Anemia não regenerativa: quando a medula óssea não responde a diminuição dos eritrócitos circulantes.
Sendo uma alteração consequente de uma patologia, várias são as causas possíveis:
- Hemorragias (traumatismo, parasitas, úlceras, tumores, entre outros);
- Doenças imunomediadas;
- Tóxicos;
- Infeções (bactérias, vírus, parasitas);
- Doenças genéticas;
- Doenças endócrinas;
- Má nutrição;
- Doenças renais;
- Doenças que afetam a medula óssea;
- Tumores.
Tendo em conta as inúmeras doenças que podem originar uma anemia, os sinais clínicos são igualmente diversos. Sinais Clínicos Como referido anteriormente, os sinais clínicos são diversos e dependem da origem da anemia. Se a doença subjacente for grave, os sinais clínicos vão ser mais graves, se a doenças tiver um curso mais lento, as alterações vão aparecendo ao longo do tempo. É, portanto, difícil apontar todos sinais clínicos, contudo a palidez das mucosas é uma alteração sempre presente. Além desta, temos também algumas alterações comuns:
- Prostração;
- Letargia;
- Perda de peso (doenças de curso mais lento);
- Falta de apetite;
- Taquicardia;
- Hemorragias (em casos graves).
Diagnóstico
O diagnóstico de anemia faz-se através de exame físico, anamnese e exames complementares ao sangue. Um hemograma ou hematócrito são suficientes para determinar a presença ou não de anemia.
Tendo em conta as inúmeras causas de anemia, vários outros exames complementares serão requeridos, como por exemplo: análises sanguíneas completas, análises às fezes, análises à urina, radiografia, ecografia, entre muitos outros. Em gatos, é também importante descartar a presença de FIV e FeLV.
Tratamento
O tratamento para anemia vai depender da causa. Contudo, para melhorar a anemia poderá ser necessário proceder a uma transfusão sanguínea. Esta transfusão é feita em casos extremos, em que a vida do animal se encontra em risco. Após diagnosticada a causa primária, o tratamento será direcionado apropriadamente. Alguns tratamentos podem passar por: cirurgia (por exemplo remoção de um tumor que está com hemorragia ativa), administração de corticosteróides (por exemplo em doenças imunomediadas), administração de vitamina K (em animais intoxicados com rodenticidas), antibioterapia em infeções bacterianas ou parasitárias.
Prognóstico
O prognóstico depende do diagnóstico e do estado físico do animal no momento. Se o animal tem uma anemia severa causada por trauma, tóxicos, tumor ou doença autoimune, por exemplo, o prognóstico é mais reservado. Caso a anemia seja diagnosticada cedo e o animal se encontrar num relativamente bom estado físico, o prognóstico é bom.