O que é o criptorquidismo?

O criptorquidismo refere-se à condição na qual 1 ou os 2 testículos não estejam na bolsa escrotal de um macho, designando-se respetivamente por criptorquidismo unilateral – o mais comum – ou criptorquidismo bilateral. Ou seja, são testículos que, apesar de existirem, não desceram completamente no canal inguinal até ao escroto, no tempo considerado normal para as diferentes espécies.

Diferentes são os casos de anorquismo, em que ocorre a ausência congénita dos testículos, situação esta muito mais rara.

O criptorquidismo é uma doença congénita e pensa-se que tenha uma base genética. Acredita-se que existe um gene recessivo responsável pela doença e que mesmo machos ou fêmeas “normais” podem passar o gene à descendência. Alterações anatómicas e endócrinas podem também estar na origem deste problema.

A prevalência da doença é baixa nos animais de companhia, principalmente no gato, mas por ter consequências graves deve ser detetada o mais precocemente possível.

 

Como saber se o meu cão ou gato é criptorquídeo?

Nos casos de criptorquidismo, o testículo tem apenas 60% do seu tamanho normal e encontra-se em posições anómalas, nomeadamente: no canal inguinal ou lateral ao pénis no espaço subcutâneo, casos esses em que são palpáveis; ou na cavidade abdominal, onde não são visíveis sem recurso a ecografia.

O diagnóstico é feito pelo seu veterinário na primeira consulta das 8 semanas de idade. No entanto, pode ser necessário esperar até aos 6 meses (ou até um pouco mais em raças de grande porte) para confirmação, uma vez que o encerramento completo do canal inguinal só ocorre nessa altura. Até lá, os testículos podem ser ligeiramente móveis, principalmente em cachorrinhos quando estão nervosos ou excitados.

Os animais com esta patologia são normalmente assintomáticos.

Criptorquidismo

Consequências e Tratamento do criptorquidismo

A criptorquidia não afeta a produção de testosterona, pelo que os animais poderão manter o comportamento sexual natural de um macho, como a marcação de território ou a cópula. A sua fertilidade está, no entanto, comprometida, podendo mesmo ser inférteis.

Uma vez que tudo leva a crer que a doença tenha uma componente hereditária, e este problema será transmitido à descendência, os machos criptorquídeos não devem ser usados para criação.

Por outro lado, e à parte da componente estética, o criptorquidismo acarreta importantes implicações na saúde do seu animal, podendo mesmo colocar a sua vida em perigo.

Sabe-se que os testículos ectópicos (que não estão na localização correta) têm uma tendência 9 a 14 vezes superior de degenerar em tumores, do que os testículos que estão na bolsa escrotal, podendo estes tumores ser bastante agressivos.

Também a incidência de torções testiculares e outras patologias reprodutivas e hormonais é maior.

Por estes motivos, o tratamento de eleição para o criptorquidismo consiste na remoção cirúrgica dos testículos, procedimento a que chamamos de orquiectomia. Esta é uma técnica relativamente simples e de rotina que poderá fazer a diferença na saúde do seu animal.