Chamamos tártaro aos cálculos dentários acastanhados/esverdeados e duros que frequentemente vemos nos dentes dos nossos animais. Ocorre quando as bactérias se juntam aos resíduos de comida, saliva e células que estão na placa dentária, dando origem ao que se chama de Placa Bacteriana.
Se esta Placa Bacteriana não for removida, a doença progride para a formação do tártaro. Primeiro surge a inflamação das gengivas (gengivite) que por vezes estão encarnadas e sangrantes, e depois o ligamento periodontal vai sendo destruído, o que culmina na situação irreversível da perda de dentes.
A todos estes processos, damos o nome de Doença Periodontal, que tipicamente é dividida em 4 fases, sendo o grau IV o mais grave.
A Doença Periodontal é muito frequente quer em cães, quer em gatos, sendo mais prevalente em animais mais velhos em cães de raças mais pequenas (como o Yorkshire) ou com bocas mais pequenas (como as raças braquicéfalas). Mas não só! Outros fatores que predispõem à formação de tártaro são:
O sinal mais percetível da doença periodontal é o mau cheiro (halitose) e a alteração da coloração dos dentes, nos quais assentam estes cálculos.
Mas a doença periodontal também causa dor! Principalmente os gatos não toleram bem esta dor oral, e podem inclusivamente deixar de comer apesar de terem fome. Saiba mais em 10 dicas para gatos geriátricos.
Os cães conseguem tolerar melhor esta situação, mas são frequentes situações de:
Nos casos mais graves podem desenvolver-se abcessos, fístulas oro-nasais, problemas oculares, e até infeções graves noutros órgãos, como o coração ou os pulmões, que podem colocar em perigo a vida dos animais.
Nos casos mais ligeiros recomenda-se realização de higienização oral, tal como a que fazemos no dentista, para remoção de detritos e tratamento da gengivite.
Nos casos em que a Doença Periodontal já está instalada é importante a realização de RX intra-orais como meio complementar diagnóstico e o tratamento passa pela destartarização. Ou seja, pela remoção cirúrgica da placa bacteriana através de ultra-sons.
Nas últimas fases da doença (graus III e IV) é normalmente necessária extração dentária (exodontia).
Qualquer um destes procedimentos requer anestesia geral, o que hoje em dia não tem que ser um drama! As técnicas anestésicas são muito controladas e o benefício para o seu animal é enorme! Mesmo após extração de múltiplos dentes, voltam a ter o comportamento de quando eram jovens porque deixaram de ter dor.
A saúde oral é fundamental para o bem-estar e saúde do seu animal! Agora que sabe “como” e “porquê” avalie regularmente os dentes e gengivas do seu patudo.
Reconhece estes sintomas?
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