O que é um otohematoma em cães e gatos?

O otohematoma é uma acumulação de líquido, sangue e outras secreções entre a pele e cartilagem da orelha. É maioritariamente uma causa secundária de uma patologia primária, usualmente otite. O abanar de cabeça constante ou o coçar com as unhas em situações de otite, podem provocar a rutura de pequenos vasos no interior da orelha, dando origem a um otohematoma. Outras causas primárias como ácaros, pulgas, dermatite atópica, mordeduras ou corpos estranhos, também podem originar esta acumulação de líquido na orelha. 

É uma patologia que pode ocorrer em qualquer animal, de qualquer sexo ou idade, porém há uma maior tendência para ocorrer em canídeos, e nestes a maior prevalência é em animais de orelhas pendulares. Contudo, qualquer animal pode ter de um otohematoma. Não é contagioso, a castração não influencia a prevalência, e não é uma situação emergencial, contudo deve ser tratada com brevidade. 

Sinais Clínicos de um otohematoma em animais:

O otohematoma tem como sinal clínico a presença de um inchaço uni ou bilateral da(s) orelha(s). Inicialmente tem uma consistência macia e flutuante (devido ao líquido no interior), porém se ficar sem tratamento por muito tempo, pode desenvolver deformações permanentes no pavilhão auricular (espessamento do mesmo e deformações cicatriciais). 

Devemos estar atentos aos sinais clínicos das patologias primárias, para evitar o aparecimento de um otohematoma, principalmente: abanar de cabeça constante, prurido local, dor, eritema, entre outros. 

Diagnóstico de otohematoma em animais

O diagnóstico faz-se pela visualização de uma tumefação no pavilhão auricular, e fazendo punção (com agulha e seringa) da mesma e avaliação do conteúdo. O mais importante é diagnosticar a causa primária e tratar devidamente a mesma. 

 

Otohematoma em cocker spaniel

Tratamento do Otohematoma em animais

Trata a causa primária é crucial para um bom tratamento e prognóstico de otohematoma. O otohematoma em si pode ser tratado através de: 

  • Drenagem: com agulha e seringa é drenado o conteúdo e realizado pensos compressivos, por norma numa base diária que vai sendo espaçada consoante a evolução. É um método mais demorado, mas não requer anestesia geral; 
  • Cirurgia: é realizado um corte e drenagem do líquido, de seguida é feita uma sutura específica, que promove drenagem constante e ao mesmo tempo uma cicatrização da pele com a cartilagem com a finalidade de fechar o espaço morto que foi criado entre estas. É um tratamento mais rápido, porém requer anestesia geral. 

São também realizados antibióticos para prevenir infeções secundárias, e anti-inflamatórios para diminuir a inflamação dos tecidos e ajudar na cicatrização. 


Prognóstico 

Os otohematomas, mesmo depois de devidamente tratados, têm tendência a recidivar, principalmente se a causa primária não estiver controlada. É importante então controlar da melhor forma as patologias primárias, principalmente otites e dermatites atópicas, tentando impedir assim a formação de otohematomas. Melhor do que tratar um otohematoma é impedir o seu aparecimento. 

Assim que notar alguma alteração nas orelhas do seu patudo deve agendar uma consulta com o seu médico-veterinário habitual. Quanto mais cedo for identificado e tratado o problema, melhor é o prognóstico.