O que é a panosteíte em cães? 

A panosteíte é um processo de inflamação ósseo que acomete apenas cães. Caracteriza-se por afetar principalmente ossos longos, como a ulna, úmero, radio e tíbia, e pode ocorrer em vários ossos ao mesmo tempo. Radiograficamente o osso apresenta alterações específicas que ajudam no diagnóstico definitivo. 

As causas para esta patologia são desconhecidas, contudo fatores genéticos, infeciosos, metabólicos ou stress podem estar na base da doença. É uma doença autolimitante, ou seja, tal como aparece espontaneamente, também desaparece da mesma forma. Afeta principalmente raças de porte grande a gigante como: Mastiff, Pastor Alemão, Shar-Pei, Golden Retriever, Great Danes, entre outras. A faixa etária mais afetada é entre os 5 a 12 meses, mas pode ocorrer em cães mais velhos. Os machos têm maior predisposição para a doença do que as fêmeas. 

Curiosamente, mais nenhuma espécie parece padecer desta doença ou alguma idêntica, nem mesmo os humanos. Porém, em 2007 foi descrito um quadro clínico e sinais radiográficos idênticos a panosteíte num camelo.

Sinais Clínicos da panosteíte em cães

Os sinais clínicos são inespecíficos e passam por: claudicação, dor no local afetado, febre e anorexia (menos comuns). Esta claudicação é súbita e não está relacionada com nenhum episódio de trauma, e pode ocorrer em um ou mais membros simultaneamente, além de poder aparecer num membro, melhorar, e depois voltar a acontecer noutro membro. Há casos em que o animal pode claudicar do mesmo membro pois os ossos diferentes são afetados um depois do outro. Estes sinais clínicos normalmente desaparecem no prazo de uma semana. 

great danes bebé com panosteíte

Diagnóstico de panosteíte em cães

O diagnóstico definitivo faz-se através da anamnese, história clínica e radiografia do membro. Podem ocorrer outras alterações ortopédicas concomitantes que devem ser descartadas. 

Tratamento de panosteíte em cães

Apesar de ser uma doença autolimitante, devemos fornecer medicação para controlar a dor do animal. Anti-inflamatórios e analgésicos são regularmente receitados nesta patologia. O exercício físico deve ser moderado nas alturas mais suaves da doença, e deve ser evitado quando o animal está bastante doloroso. Alguns animais têm perda de apetite devido à dor, por isso, deverá ser encorajado a alimentar-se com ração de boa qualidade e mais palatável. 

Prognóstico e Prevenção

Sendo uma doença que desaparece sozinha, o prognóstico é excelente e os animais raramente ficam com sequelas. Deverá estar atento à longevidade dos sinais clínicos, porque por norma esta doença não dura mais de um mês, e caso os sinais persistam, possivelmente existe outra doença óssea a afetar o animal. 

Não existe forma de prevenir o aparecimento da patologia. Apenas recomenda-se não cruzar os animais que tenham padecido desta enfermidade, pois prevê-se uma base genética para a mesma.