

O que é?
Pênfigos é uma doença de pele autoimune (doença em que o corpo se ataca a ele próprio), ou seja, o corpo produz anticorpos contra componentes da pele do próprio animal. Sendo que algumas camadas da pele são destruídas, origina-se um espaço que é muitas vezes preenchido por líquidos e há consequentemente formação de bolhas. Estas bolhas são um sinal clínico característico desta doença (Pênfigo, do grego pemphix, bolha na pele). A classificação da doença depende da localização das lesões, da profundidade das lesões, e das proteínas que o corpo está a destruir.
O pênfigos pode ter três apresentações clínicas:
- Pênfigo Foliáceo: a forma mais comum. Caracteriza-se pela presença de bolhas na zona da face, axila, região inguinal, tronco e pavilhão auricular. Raças como Akita, Chow Chow, Dobermann são mais afetadas, não havendo predisposição sexual, e manifesta-se principalmente nos primeiros 5 anos de vida.
- Pênfigo Eritematoso: forma atípica do pênfigo foliáceo, contudo as camadas mais profundas da pele também são afetadas. A região da face, pré-esternal e média dorsal são as mais acometidas.
- Pênfigo Vulgar: é a forma mais agressiva e potencialmente fatal. Afeta mucosas, pele e trato genitais. Não tem predisposição sexual, tem maior incidência em animais de meia-idade, e as raças mais predispostas são Akitas, Poodles, Cockers e Pastores Alemães.
A causa desta patologia não é bem conhecida, sendo muitas vezes considerada de origem idiopática. Contudo, existem fatores externos que podem originar a doença como, agentes infecciosos, ambientais, medicamentos e outras doenças de pele crónicas. É de ressaltar que há raças que são geneticamente suscetíveis à doença. Animais de qualquer sexo e idade podem ser afetados, embora cães até 5 anos são mais predispostos.
Sinais Clínicos
Além das características bolhas cutâneas, as seguintes manifestações clínicas também podem surgir:
- Úlceras de pele;
- Crostas;
- nfeção secundária;
- Alopecia;
- Dor;
- Prurido;
- Edema;
- Hipertermia.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na história clínica, sinais clínicos e exames complementares. A citologia cutânea por aposição é uma das formas de direcionar o diagnóstico, e descartar outras patologias. Porém, a biópsia de pele é o exame complementar que nos confirma o diagnóstico. Exames sanguíneos devem ser realizados para perceber a extensão do problema e o estado físico do animal.
Tratamento
A doença do complexo pênfigo não tem um tratamento definitivo. Todo o tratamento implementado tem como objetivo minimizar ou inibir os sinais clínicos. São usados medicamentos imunossupressores para impedir que o sistema imunológico ataque as células da pele. Existem várias opções no mercado, sendo os corticosteroides a primeira abordagem. Pode ser necessário associar vários fármacos. O uso de antibióticos está indicado quando estamos na presença de uma infeção secundária, tal como o uso de antifúngicos quando temos infeção por fungos. Os banhos com champôs antibacterianos e calmantes também podem ajudar a melhorar os sinais clínicos.
Prognóstico
O prognóstico desta doença varia consoante o tipo de pênfigo que está presente, a extensão das lesões e a resposta ao tratamento. O animal deve ser controlado pelo médico-veterinário de uma forma criteriosa. A prevenção é obtida pela não reprodução dos animais que padeçam desta enfermidade. Evitar a exposição solar dos animais que estão diagnosticados ajuda a manter a pele mais íntegra e saudável.